Conheci a Camila em 2012 por meio do Mulheres, mas só a conheci pessoalmente em 2014 no Code Girl 2 quando mostrei a ela minhas poesias compiladas e disse que queria fazer Direito e puxar alguma linha de pesquisa sobre o Direito Digital. Depois que terminou o evento eu ainda continuei achando impossível seguir carreira na área tecnológica, sim, porque eu já fazia um Técnico Integrado em Informática pelo IFRN-Caicó, e estava meio chateada com algumas disciplinas, com alguns colegas que disseram que eu me sairia melhor escrevendo ao invés de ta programando e principalmente vivia a síndrome do impostor.
O Code Girl terminou, mas seu legado ficou em minha cabeça em forma de uma voz… “E se você fizesse algum curso na área tecnológica? E se…” . Ainda assim dizia que ia seguir carreira na área de Direito porque eu sempre fui envolvida nas causas sociais e sempre fui muito revoltada com diversas coisas que via acontecendo pela minha cidade, por isso, via só o Direito como solução para todos esses problemas.
Mas o tempo foi passando, a Camila me chamou para escrever para o Mulheres e eu comecei a participar de eventos tecnológicos, conheci comunidades como a Python Brasil, projetos como o Pyladies, Django Girls, Rails Girls, Delete seu preconceito… Fiz algumas entrevistas para o Mulheres para entender o que tinha motivado aquelas excelentes profissionais a seguirem na área tecnológica.
Além disso, comecei a escrever para outros blogs e a estudar o Feminismo, virei tutora de Sociologia pelo IFRN-Caicó e me voltei muito para a Filosofia e para as disciplinas técnicas,e então a voz voltou novamente “E se você fizesse algum curso na área tecnológica? E se…”
Eu fui aos poucos me apaixonando pelas aulas do técnico e já tinha defendido meu TCC sobre uma nova proposta de um Jogo Digital Educacional utilizando a Bazinga! Engine e recebido o primeiro 100 do Curso de Informática do meu Campus, também já tinha feito o ENEM e estava agoniada sem saber se escolhia um curso da área tecnológica ou fazia Direito. Mudava de opção umas duas vezes ao dia.
Com isso, eu via o tempo passando, Dezembro foi acabando e eu tinha cada vez menos tempo para escolher o que eu iria fazer nos próximos anos,rsrs. Ademais, também via meu curso terminando e uma saudade descontrolável de estudar aqueles componentes curriculares novamente, de me aprofundar nos conteúdos e conseguir ajudar ao próximo com todo aquele conhecimento. Como não conseguia escolher a área fui olhar com bastante atenção meu Lattes e decidi que o melhor seria continuar na área.
Beleza, já escolhi a área, mas e aí, qual curso escolher dentre tantos em tecnológica? Olhei as grades de diversos cursos e optei pelo Bacharel em Sistemas de Informação pela UFRN. Coloquei minha nota pelo SISU e hoje recebi a notícia que tinha sido aprovada. Foi felicidade demais, primeiro porque sou filha de uma empregada doméstica e meu pai tem esquizofrenia, segundo porque eu tinha sofrido bullying por parte de uma professora que disse que eu nunca conseguiria chegar numa faculdade porque era burra e não sabia interpretar textos direito, por isso, perdi dois anos de estudos lá no fundamental e quando menos vi eu estava em um Segunda-feira chuvosa no Seridó do RN na frente do meu notebook sabendo que estava com a cadeira garantida no Ensino Superior.
Bem, o que tiro disso tudo? Quando conheci a Filosofia descobri o que que queria para o meu futuro, além disso, passei a acreditar mais em meu potencial e deixar para trás a síndrome do impostor. Quando comecei a participar dos eventos tecnológicos e escrever para o Mulheres percebi que não estava só e que podia fazer tudo e muito mais do que tinha pensado em fazer por meio do Direito só que utilizando a tecnologia.
Por isso, por mais que você tenha passado por traumas na infância, tenha uma desconfiança no seu potencial, por mais que seus colegas digam que é melhor você escrever um artigo à programar um sistema, nunca, nunca deixe isso atrapalhar seus sonhos, porque no final dará tudo certo. Ah! Só mais um comentário: vai ter batom vermelho, rímel, salto alto e vestido no curso de Sistemas de Informação da UFRN-CERES, Caicó
Parabéns… Boa sorte e Sucesso nessa nova etapa, e tenha certeza vc não está só.
“vai ter batom vermelho, rímel, salto alto e vestido no curso de Sistemas de Informação da UFRN-CERES, Caicó”, da Bahia, do Brasil… Do mundo inteiro rsrsrs.
Parabéns pela sua conquista!!
Fico muito feliz quando vejo mais mulheres entrando em uma área que anteriormente era vista como “masculina”. Não sei o que motiva os preconceitos, mas infelizmente eles existem e acredito que a melhor forma de acabar com eles é mostrando a hipócrita sociedade que nós mulheres somos capazes de ser o que quisermos.
Gostaria de registrar meus parabéns por você não ter desistido, ter ido atrás do que gosta e conseguido. Ano passado eu não consegui ir muito bem no enem mas esse ano vou me dedicar mais aos estudos e tentar novamente. Quem sabe ano que vem não tenha mais uma mulher em SI 🙂
Parabéns, moça! Muita força e sorte para os próximos anos e tudo de maravilhoso a ti!
Eu não cheguei a sofrer com a decisão do curso, apenas percebi mesmo o que as mulheres vivem na área quando em entrei em Eng de Computação. E olha, é bem complicadinho mesmo. Tive e tenho muitas dificuldades, principalmente por não ter conhecimentos prévios na área, e na faculdade não temos esse apoio com ~~aulas introdutórias~~, o que faz com que muitos professores vão ensinando algumas coisas como se todo mundo já as soubesse. E além de tudo, são pouquíssimos os meninos (que são a maioria) que dão apoio e ajuda. Mas vamos que vamos! Seu depoimento é gratificante e me faz pensar em nunca desistir e, sim, resistir às minhas dificuldades! 🙂 Abraço!
Muito obrigada, Daniela.
Poxa, que legal!!! Parabéns!!!
Vc tem face pra trocarmos uma ideia?
Se puder, me add lá!
Bjs.
Parabéns!!!
Muito obrigada, meninas!
Parabéns!!! Ler seu texto agora me ajudou muito,pois também tive dúvidas entre Direito e a área tecnológica.Sempre achei que iria fazer algum curso na área de humanas ,mas no ensino médio,onde eu conheci a física e me apaixonei,resolvi que tinha que fazer algum curso que tivesse física. Também no primeiro ano do ensino médio,eu conheci o codecademy,antes disso eu nem sabia direito o que era programação,foi a descoberta de um mundo completamente novo e fascinante.Logo comecei a buscar cursos de graduação na área de tecnologia,vendo as grades curriculares me interessei por engenharia da computação. Mas por ser de escola pública e não ter uma boa base em matemática,essa vontade foi morrendo,o medo de enfrentar o novo me fez desistir e voltar pra Direito. Só que chegando o ano do vestibular,eu sentia que Direito não era realmente o que eu queria e na hora de escolher o curso na universidade estadual daqui de Pernambuco,coloquei engenharia da computação. Apesar de ter sido aprovada em Direito em uma universidade muito conceituada aqui em Recife,decidi por estudar engenharia.Agora pertinho de fazer a matrícula,o medo vem de vez em quando e começo a achar que eu não consigo,mas o seu texto me deu uma força para não desistir,obrigada e sucesso para você. E vai ter batom vermelho, rímel, salto alto e vestido no curso de Engenharia da Computação na UPE/Recife
Maria Clara, teu medo da Matemática também é o meu, mas aos poucos vamos conseguindo superá-lo. Eu pensei que nem conseguiria chegar ao 2 período do meu Técnico em Informática e olha só, hoje eu já estou prestes a fazer um Superior na área.
Parabéns!
Sei bem como é ser mulher em um curso majoritário de homens, mas aos poucos vamos conquistando nosso espaço.
Estou me formando Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo, e enfrentei muito machismo durante os cinco anos de curso. Também duvidava da minha capacidade, mas veja onde cheguei.
Força, você consegue! 🙂
Vai ter batom vermelho, rímel, salto alto e vestido em todos os cursos de tecnologia!
Nossa, muito bom. Parabéns!
Muitos dizem que é conversa fiada essa história de preconceito na área de TI contra nós mulheres, mas infelizmente é real, todos os dias…Se projetando em pequenos gestos machistas e preconceituosos. Hoje mais uma: Me deparei com um colega de trabalho perguntando se eu só brincava com meninos na infância, pq eu aparento ter “jeito de macho”. Macho?Sério isso?
Devemos ter punho forte, lutar,estudar, estudar e estudar!!muito de verdade. Estamos juntas, não se esqueçam disso.
obs:Vai ter rímel, batom vermelho, vestido, salto… Vai ter cada vez mais igualdade!
Muito obrigada pelo seu relato! Meu dilema lembra o seu em algumas partes. Na verdade, o meu começou em 2006, quando terminei o 3º ano. Apesar da facilidade que eu tinha para a área de informática, não recebi nenhum tipo de incentivo e acabei caindo na economia (que eu abandonei e fui fazer engenharia ambiental, pois já estava envolvida com algumas causas e me falaram que era melhor pra mim). Me formei e continuei não me sentindo confortável em fazer nada do que me foi indicado, até que ano passado decidi fazer oq eu realmente queria, mesmo sem saber se vai dar certo (fora que, por ter passado vários anos em outras áreas, eu vou ter que começar a pegar tudo do “-10”). Prestei o ENEM e tb fui aprovada em SI (porém aqui na UFBa). Então teremos muito batom vermelho, unhas coloridas, vestido e o que mais quisermos 😀