Bom pessoal…essa foi uma tradução livre que eu fiz de um texto que eu li hoje e deu aquele aperto no peito sabe!? Queria divir com vocês e saber o que vocês pensam! E claro se você lerem em inglê prefiram o original! : )
Texto original: https://www.usenix.org/blog/my-daughters-high-school-programming-teacher
(possíveis referências de violência moral e estupro )
Caro senhor,
Eu não estou escrevendo para reclamar sobre a sua escolha de linguagem para ensinar programação (Visual Basic? Sério!? ) Ou sobre o A que a minha filha tirou na sua matéria. E, na verdade, a minha filha não tinha queixas específicas sobre você como um professor. Eu, por outro lado, tenho bastante feedback para dar para você.
Primeiro, vamos falar um pouco do passado. Eu já trabalhei com jornalismo de tecnologia, aliá faço isso desde que a minha filha ainda estava nas fraldas, e ela teve acesso a computadores durante toda a sua vida. Na idade madura de 11 , minha filha ajudou a rever o seu primeiro livro tecnologia, Hackerteen . Ela tem sido um beta tester para Ubuntu, e também tem usado Mint Linux. Em vez de pedir um carro para seu 16 º aniversário , minha filha pediu um MacBook Pro. (Eu sei , eu sei…as crianças de hoje em dia… )Minha filha viajou comigo para DrupalCon em Denver de férias, participou da exposição em OSCON 2012, e até mesmo participou e me assistiu moderar um painel no primeiro Women in Advanced Computing (Mulheres na Computacão Avançada) (WiAC ’12) conferência da USENIX Federated Conferences Week.
Graças à minha carreira , a lista de amigos do facebook da minha filha inclui organizadores de Linux Conferences , um desenvolvedor ARM e um contribuinte do kernel Linux, defensores de código aberto, e outros jornalistas de tecnologia. Minha filha é brilhante, confiante , independente, tecnológica, e destemida. Na verdade, ela se formou no colegial em maio passado – dois anos antes – e agora está cursando o ensino médio na Índia como seu “ano sabático” antes de ir para a faculdade.Então qual é o problema?
Durante o primeiro semestre de júnior/sênior ano da minha filha, ela teve sua primeira aula de programação. Ela sabia que seria difícil, mas queria fazê-lo de qualquer maneira. Quando minha filha chegou em casa depois do primeiro dia de aula, eu perguntei a ela sobre a aula. “Bem, eu sou a única menina na sala de aula “, disse ela . Felizmente, isso não a incomodava , e ela até gostava das bagunças com os meninos na sala de aula . Minha filha disse que você percebeu e pediu desculpas a ela, porque ela era a única menina na sala de aula . E quando as aulas começaram (Visual Basic? Sério ?? ) , Minha filha voou através dos trabalhos práticos. Depois que ela terminou, ela ajudou os colegas que estavam atrás ou lutando em sala de aula.
Ao longo das próximas semanas , as coisas iam por água abaixo.Enquanto eu estava na SC ’12 em Salt Lake City em novembro passado, minha filha me enviou uma email para me contar que os meninos da sua turma tinham assediado-a . “Eles me disseram para ir para a cozinha e fazer sanduíches para eles”, disse ela . Eu dolorosamente lembrei dos (-homens-) meninos que deixaram comentários no post para o blog da revista Linux Pro que eu escrevi há alguns anos atrás, dizendo exatamente a mesma coisa.Meu post saiu em 08 de setembro de 2010, com o título Inequality, Choices, and Hitting a Wall, discutiu a discriminação de gênero em tecnologia. No dia seguinte , os comentários começaram a aparecer no post. Claro , os comentários sobre sanduíche eram fáceis de se relevar, mas em poucos minutos, os comentários aumentaram em número e intensidade. E , em seguida, as ameaças de violência começaram a aparecer: ” A autora deste artigo é uma cadela chorosa e precisa de uma boa surra para ser colocada em seu lugar. ” Dez minutos depois, as ameaças de estupro começaram, e eu desligei a possibilidade de comentários em todo o site . E , em seguida, os emails começaram…
Então, você vê, eu estava muito familiarizado com o que a minha filha estava passando, mas eu não estava preparado para que o assédio começasse já na escola, em sua aula de programação.Eu consultei amigas – desenvolvedoras do sexo feminino – e conversei com a minha filha sobre como lidar com a situação em sala de aula. Eu sugeri que ela falasse com você. Ofereci-me para falar com você. Me ofereci para falar com a classe. Me ofereci para enviar um dos meus amigos homens, talvez um programador bem conhecido local, para ir falar com a turma.Finalmente, minha filha decidiu ir adiante, terminar a aula, e evitar todos os seus colegas. Eu odeio pensar o que as meninas menos confiantes teria feito na mesma situação.Minha filha não tem mais interesse em fazer uma outra aula de programação, e realmente, quem pode culpá-la?Por toda a sua vida , eu encorajei a minha filha à explorar a programação de computadores. Eu disse a ela sobre os projetos legais, o potencial incrível de carreira , os projetos e programas para ajudar as meninas e mulheres a começar, as pessoas maravilhosas que ela iria trabalhar, e a demanda por diversidade que temos em TI. Eu a levei comigo para as conferências de tecnologia e apresentei algumas das mulheres e dos homens mais brilhantes, mais inspiradores e encorajadores que eu já conheci na vida.
Mas infelizmente, você só tem uma chance de fazer uma primeira impressão, e você, criou uma terrível para as meninas sobre programação. Será que você não viu, o entusiasmo dela se tornar uma nuvem escura durante o semestre? Será que você não percebeu quando ela parou de rir com os colegas, de ajudá-los e em vez disso terminar rapidamente suas tarefas e enterrar o nariz em um livro? O que exatamente você estava fazendo quando você deveria estar supervisionando a aula e ensinando nossos futuros programadores?
Eu não sou professora , então me perdoe se você acha que eu estou me pondo fora do meu lugar quando falo como fazer o seu trabalho. Mas eu sou uma mãe, e eu passei anos incentivando as meninas e mulheres na área de TI , então talvez meu ponto de vista te ajude. Afinal, você não quis criar um ambiente BROGRAMMER, não é?Aqui estão sete sugestões para o ensino de programação de computadores no ensino médio:
1. Recrute estudantes para a aula: Por que a minha filha é a única menina da classe? De acordo com ela, ela só se inscreveu porque eu a encorajei. Minha filha disse que ela não teria descoberto sobre a classe de programação se eu não tivesse falado. Você considerou desligar sinais na escola para promover a sua turma? Você já perguntou aos conselheiros escolares como eles planejam seus semestres? Você tem falado com outras turmas, clubes ou colegas professores para lhes dizer sobre como programação é emocionante e como ela se encaixa em nossa vida diária? Você já perguntou aos estudantes de jornalismo para escrever uma reportagem sobre as oportunidades de carreira surpreendente para programadores ou os projetos divertidos que eles poderiam trabalhar? Você já se perguntou quantos dos alunos atuais vão disseminar conhecimentos e contar aos seus amigos sobre a aula?
2.Defina o tom. No primeiro dia de aula, fale sobre o baixo número de mulheres e a falta de diversidade na área de TI, por que isso é um problema, e como os alunos podem ajudar a aumentar a diversidade na programação. Diga aos alunos sobre a síndrome impostor e como ajudar os colegas superá-la. Crie um ambiente de aprendizagem inclusivo, amigável, seguro desde o primeiro dia.
3. Defina, explique e aplique uma política anti-assédio.
4. Não seja chato e atrasado. Visual Basic? Sério? Sim, eu sei que eu disse que eu não estou escrevendo para reclamar sobre a sua escolha de linguagens de programação, apesar de eu ainda estou coçando a cabeça com a sua decisão. A razão de eu mencionar a sua escolha é que ele não te ajuda a fazer uma boa primeira impressão sobre novos programadores. Eu não tenho nenhuma idéia do que a minha filha aprendeu na sua aula, porque ela não estava animada sobre isso. Você pode oferecer uma série de instruções com aplicações do mundo real. Você tem muitos recursos como Codecademy. Os alunos podem experimentar uma variedade de linguagens de programação, ou focar nas que acharem mais interessantes. Já considerou mostrar o desenvolvimento de um aplicativo de telefone? Raspberry Pi ? Criar um jogo? Constrir um site? A pergunta aqui foi como você foi capaz de fazer programação ser chato?
5. Preste atenção. Eu não sei o que você estava fazendo durante a aula, mas você não estava prestando atenção, caso contrário, você teria notado que a minha filha foi isolada e estava sendo assediada. Você espera que as meninas venham te dizer quando estão sendo assediadas? Bem, não conte com isso. Em vez disso, elas vão se afastar, ficar deprimidas, ou abandonar completamente, exatamente como eles fazem em carreiras de TI. Na melhor das hipóteses, ela vai evitar os colegas. E espero que ela não leia todos os comentários online …nunca. Mas eles podem ficar muito piores, com os e-mails e telefonemas vulgares e endereços residenciais postados online, ameaças de violência. Infelizmente , isso não é raro, isso acontece o tempo todo, do ensino médio até em nossas carreiras profissionais. Não acredita em mim? Isso é porque você não está prestando atenção .
6. Cheque. Converse com seus alunos em particular para ver como a aula está indo para eles. Converse com outros professores e conselheiros escolares. Se você tivesse falado com conselheiro da minha filha, por exemplo, você teria descoberto como a aula estava indo. O conselheiro trabalhou de perto com a minha filha para ajudá-la na sua formação precoce, e você não teria tido nenhum problema em conseguir uma resposta honesta sobre a experiência desagradável de minha filha na sua classe de brogramming. Você espera que eu te chamesse? Acredite em mim, eu queria, mas em respeito ao pedido da minha filha para deixá-la lidar com a situação, não o fiz.
7. Acompanhe. No final do semestre, faça uma pesquisa. Permita que os alunos submetam respostas anônimas sobre o material de classe, seus métodos de ensino , e sua experiência com outros estudantes. Permitindo anonimato irá ajudá-lo a obter respostas honestas e, esperançosamente, você pode melhorar sua aula de programação para sua próxima rodada de alunos.
Olha, você não tem que me dizer o quão duro é o seu trabalho ou como mal pago e estressado é um professor de ensino médio. Eu sou uma mãe solteira que trabalha no mercado editorial de tecnologia – acredite em mim , eu entendo. Eu gosto de pensar que o que eu faço é importante , mas o que os professores fazem tem o potencial de mudar o mundo. Nenhum artigo que eu escreva vai fazer isso, mas a filha que eu criei pode.Passei 16 anos incentivando e dando suportea uma filha que tinha todas as ferramentas e incentivo que precisava para explorar a programação como uma carreira. Em um curto semestre, você e seus colegas desfizeram todos os meus anos de encorajamento.Eu sempre disse a minha filha que a escola não é a vida real. Infelizmente, sua aula de programação me provou o contrário . Em um semestre , minha filha aprendeu por que há tão poucas mulheres na área de TI , e nenhum encorajamento da minha parte vai mudar isso.
Minha opinião:
Triste! Muito triste uma coisa dessas acontecer! Uma carta como essas só me dá mais argumento para minha convicção de que temos que começar da base, não adianta tentar mudar no topo e superficialmente, temos que agir na raiz do problema, no ensino fundamental e médio para mudar uma mentalidade e um esteriótipo de anos.
Com educação e informacão vamos chegar lá! Vai demorar, vai ser difícil, mas não tem importância, pois se conseguirmos evitar uma mudança de vida como essa já terá valido a pena.
beijos!
que vergonhoso isso! mas é, lá no início que começa a mudança cultural e com professores como esse, vai só dificultar um pouco nosso objetivo. e parabéns para esta mãe! acho que se fosse a filha dela mencionada, voltava hein 😀 (em outro ambiente, claro!).
É uma vergonha homens ainda tratarem mulheres como inferiores, e tratar elas com desigualdade social, intelectual. Acho terrível quando essas coisas acontecem neste nível. Parabéns a você Camila por tomar a frente, e lutar contra estes problemas, não deixe de incentivar sua filha, tente mostrar a ela que tudo é possível mesmo quando os cenários parecem controversos e desestimulantes precisamo ver a oportunidade de fazer e ser diferentes para fazer a diferença. Volta filha da Camila, volta a programar, não desiste não. Procure outras pessoas que possam fazer florescer a grande e intensa primavera que está guardada em seu peito. Felicidades a todas meninas que se empenham em lutar e fazer o nosso mundo mais digno e bonito.
#voltaaprogramarfilhadacamila.
Olá Tiago,
Também acho uma vergonha. E gostaria de parabenizar a Rikki Kite que foi quem escreveu e publicou a carta. Ela teve muita coragem…gostei tanto e achei que todos deviam ler que fiz uma tradução livre para atingir o povo brasileiro.
Abraços e muito obrigada pelo carinho.
Enfim li o texto. Achei fundamental as dicas e a responsabilização que ela fez. Também concordo com vc, não temos que tratar apenas com as que já passaram por certo filtro, temos que ir para antes deste.
Sou professor de Informática, dou aula de Programação, Banco de dados e Manutenção, tenho total repúdio a atuação deste professor (e dos que comentaram no post da mãe), mulheres são muito capazes nas áreas de informáticas, as vezes mais que os homens. Incentivo todos os dias mulheres a fazerem curso de TI e fico muito feliz quando tem uma ou duas na minha aula.
#voltaaprogramarfilhadacamila.
aff, me deu ate raiva do comportamento desses alunos e o professor que não fez nada para impedir. eles devem começar a aula falando que a programação era inicialmente para mulheres por serem melhores para resolverem problemas, assim acaba com esse machismo nas crianças. gosto de programação e acho completamente errado o que aconteceu. sou homem, mas essas crianças devem desde criança ter uma base moral boa para que nao venha a agredir verbalmente alguem no futuro.