Se tivermos um feixe de laser de ultra-alta intensidade e um acelerador de partículas de dois quilômetros de extensão é possível criar algo do nada. Uhull agora ficou fácil!hahaha. Pelo menos é o que garante Igor Sokolov e seus colegas da Universidade de Michigan.
O grupo andou trabalhando e desenvolveu novas equações que descrevem como um feixe de elétrons de alta energia, combinado com um intenso pulso de laser, “pode rasgar” o vácuo, liberando seus componentes fundamentais de matéria e antimatéria. Sim, exatamente isso, a famigerada antimatéria tão explorada nos filmes de ficção científica! Sendo assim, obtem-se também partículas e antipartículas.
Não consigo nem imaginar com seria criar matéria do nada. E o mais intrigante é: não é a primeira vez que cientistas afirmam que um “super laser” pode criar matéria do nada. Falando isso fico devendo uma explicação. Quando escrevo “do nada”, não quero dizer ausência de tudo, mas sim me referir a uma sopa fervilhante de ondas e campos de todos os tipos. Sua densidade é tremenda, mas não podemos perceber nada delas porque seus efeitos observáveis anulam-se completamente.No mundo científico chamam de vácuo quântico “Acreditamos que isso acontece na natureza”, afirma Igor Sokolov, um dos autores do estudo.
Em condições normais, matéria e antimatéria destroem-se mutuamente assim que entram em contato uma com a outra, liberando energia em forma de raios gama. “Mas sob um forte campo eletromagnético, este aniquilamento, que tipicamente funciona como um ralo de escoamento, pode ser a fonte de novas partículas. Nesse processo, surgem fótons gama, que podem produzir elétrons e pósitrons adicionais” explica John Nees, coautor do estudo. É isso aí, já produzimos novas partículas e antipartículas! Fácil vai!?
Sabemos ainda que um fóton gama é uma partícula de luz de alta energia. Um pósitron é um anti-elétron, uma partícula gêmea do elétron, com as mesmas propriedades, mas com carga positiva, portanto, uma antipartícula. (Sério!? Não diga!hahaha)
Os que os cientistas podem controlar/calcular é que os fótons de raios gama produzirão uma reação em cadeia que poderá gerar partículas de matéria e antimatéria detectáveis. No momento, não existe nenhum laboratório que tenha todas as condições necessárias – um super laser e um acelerador de partículas – para testar a teoria.
Mas, mesmo assim para mim e Sokolov, o tema já é fascinante o suficiente do ponto de vista filosófico. “A questão básica do que é o vácuo, o que não é o nada, vai além da ciência. Ela está profundamente incorporada não apenas nos fundamentos da física teórica, mas também da nossa percepção filosófica de tudo – da realidade, da vida, e até mesmo da questão religiosa sobre se o mundo poderia ter vindo do nada.”, afirma ele. Apoiado.
Não posso ainda deixar de fazer uma observação…foi um grupo de brasileiros que demonstrou recentemente que uma estrela de nêutrons pode acordar o vácuo quântico. Aiii que orgulho!
E agora já temos uma nova definição de “nada”: uma combinação de matéria e antimatéria – partículas e antipartículas. Chique não!?
beijos!