Vozes Femininas: Samanta Lopes – Que tal um bate-papo?

Um bate-papo pode ser o início da construção de uma idéia, mudar conceitos e criar Startups.

Entrei de cabeça no mundo do Empreendedorismo em Março de 2014, após ser demitida de uma empresa na área de TI, na qual a opção de terceirizar áreas, cortou vários cargos por todo o grupo.

Fiquei pensando inicialmente no que fiz de errado, o que deveria ter feito diferente e, se poderia ter me “segurado” de alguma forma à aquela estrutura, realmente gostava do meu trabalho e das pessoas. Mas, passado o momento inicial, precisei me olhar de frente, no espelho e pensar: ” OK! E agora?”

Mais de 40 anos, mulher, mãe, tudo para dar errado em um mercado que quer homens jovens com PhD ou mulheres que não tem filhos e com menos de 30 anos.
Vivenciei nos cafés SEBRAE e #RME / Rede Mulher Empreendedora, realidades muito parecidas, de outras mulheres que estavam migrando para o mundo desconhecido de “donas do negócio” para cuidar dos filhos, ter mais qualidade de vida como a fundadora da Rede Ana Fontes, e outras porque o mercado formal estava fechado a seus perfis academicamente e muitas vezes, profissionalmente superior mas, considerado inapto para liderança e alta competitividade.

O comum à grande maioria das empreendedoras que conheci são negócios pequenos, começados com o que se tem ou com o que se afina a seu hobby, por exemplo mas, que lhes permitia pequenos ajustes de agenda para fazer tudo que em um modelo formal de trabalho, nunca poderiam fazer.

O “Programa 10.000 Mulheres” da FGV demonstra que muitas precisam de orientação mais direcionada, aprender a ” cuidar do negócio”, mas, o projeto está com novo foco ao perfil das candidatas em 2016, saindo do nicho das pequenas empreendedoras. Assim no Brasil, este conhecimento está pulverizado e, geralmente é caro, está inacessível a grande maioria que acaba fazendo fluxo de caixa na caderneta, calculando seu valor de negócio no “achômetro”, baseando-se em dicas de milhares de sites na web ou em sua intuição.

Às ações do “Itaú Mulher Empreendedora” vem ajudando a mudar isso com grande foco em profissionais de peso do mercado e, entidades educacionais como FGV, através de workshops com  professores e, profissionais de mercado que estão fazendo acontecer, em palestras com o Google, as presidentes do Magazine Luiza e Dudalina, depoimentos de empreendedoras como a  Maria José é fundadora da Mazé Doces Artesanais do Brasil. Apóiam também a “Escola de Você” da Natália Leite que visa ajudar no auto conhecimento, e gestão pessoal para fazer acontecer nas demais áreas da vida da mulher.
Participei do Startup Women Weekend em 2014 e, recomendo que toda “pessoa” que deseja abrir  negócio, participe ao menos de um evento deste tipo, há vários durante todo o ano, indico o portal da Sympla, eles estão com várias agendas. Criar algo do zero com o suporte de mentores ativos no mercado em menos de 3 dias, entregar protótipo validado e “pitch”, faz você se auto conhecer e, sentir se quer viver nesta montanha russa, além de municiar seu arsenal de conhecimento em ferramentas inovadoras, dando mais preparo para continuar.

Enfim, conheci a Camila Achutti, da Ponte21, que lida com tecnologia como ferramenta de transformação social e pessoal, daí a chegar no Mastertech quando ele surgiu, foi um passo natural. Tudo isso em dois anos! Meu balanço desse período é que realmente o mundo corporativo como o conhecemos vai mudar!

Além do envelhecimento da população, o nível de reciprocidade das gerações que estão adentrando o mercado é diferente, enquanto sempre fui grata a empresa, vestia a camisa porque era dali que tirava meu “sustento”, sentindo-me parte do negócio, os novos profissionais querem sentir prazer  ir trabalhar, identificam-se com a empresa como um “cara legal” de estar junto, falam por SMS, imagens e sons sem nenhum pudor de “ferir a moral” caso não estejam de acordo com algo, são fiéis somente a si mesmos. Isso é ótimo quando pensamos em quanta inovação e mudança de paradigmas serão necessários para dar forma aos futuros cargos nas empresas, as cadeiras vão mudar, entretanto, onde houver um sistema hierárquico ao invés de meritocrático, haverão muitos embates e, perda de talentos.

Então vamos bate-papo, simmmm! O mercado como um todo precisa pensar em como lidar com mudanças, tais como : mulheres e homens precisam dividir tarefas com a família – isso – demanda tempo e organização mas, preserva a saúde física, emocional e mental dos colaboradores, que com níveis de endorfina adequados são muito mais produtivos. Pensar nos que não podem levar filhos pequenos ao trabalho onde encontram o “pet” do chefe, adoro bichos mas, creio que há um contra senso a ser avaliado. Pensar naquele profissional que rende mais depois do almoço, mas, é obrigado a bater ponto às 8h e, que “zumbisticamente” permanece no escritório porque precisa pagar as contas, rendendo menos de 50%, só porque tem de encaixar na caixa. Pensar nos mais velhos que tem por um lado limitações de aprendizado mas, também tem muito da experiência prática para compartilhar e, podem aprender se forem devidamente orientados.

Pensar em quanto custa ter de ir a um escritório todos os dias, “gastando” 2horas ou mais no caos do trânsito e transportes lotados, quando existem ferramentas que conectam e entregam um trabalho sem que necessariamente os profissionais estejam todos os dias em metros quadrados de concreto cada dia mais caros, os quais o cliente final nem vê.
Vamos bater-papo, programar, quebrar paradigmas, conectar e apoiar uns aos outros sendo os agentes da mudança que queremos viver!

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#SerMulheremTech
#RME #boraMatertech2016

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