Tag: technovation challenge
Um lindo projeto: Android Smart Girls
Olá pessoal,
ontem tive a oportunidade de acompanhar de perto a formatura das meninas do Android Smart Girls, que provaram que uma garota pode e deve atuar na área da computação, sem ser, necessariamente, julgada por isso. O “Android Smart Girls” é um projeto de pesquisa voltado a 21 alunas do 1º ao 3º colegial da Escola Estadual Professor Hilton Federici, do distrito de Barão Geraldo, em Campinas – quer mostrar a essas meninas o potencial da área, por meio de uma paixão unânime entre os jovens: os smartphones. E ontem foi a celebração de tudo isso…3 grupos apresentaram os aplicativos desenvolvidos ao longo do projeto e foi incrível. Estava na banca dos jurados e não foi fácil ter que premiar só um! Estão todos convocados a participar do Technovation Challenge 2015!
“Há um estereótipo de que quem está na computação é sempre nerd, pessoa que fica o dia inteiro na frente do computador, sem interagir com ninguém. E não é isso! Os profissionais da computação têm interação com todas as áreas do conhecimento. E, normalmente, as mulheres gostam, apreciam atuar em atividades de impacto social. As áreas de computação, exatas e engenharia oferecem essas oportunidades, mas o público nem sempre vê isso”, justifica Juliana Borin coordenadora do projeto.
O projeto coordenado pela docente é uma iniciativa do grupo Mulheres na Engenharia (“Women in Engineering – WIE”) da Unicamp, filiado ao IEEE, a maior associação de profissionais de engenharia do mundo. O “Android Smart Girls” é tocado por um grupo de voluntários, entre alunos do IC e da Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação (FEEC), pesquisadores, funcionários e profissionais da indústria. O projeto foi um dos contemplados pela chamada “MCTI/CNPq/SPM-PR/Petrobrás – Meninas e Jovens Fazendo Ciências Exatas, Engenharias e Computação”, lançada em outubro de 2013. A Samsung também apoia a iniciativa.
Implementação
O plano do curso de aplicativos para smartphones envolve a disciplina de “Algoritmos e Programação de Computadores”, a mesma ministrada para os alunos dos cursos de Ciência e Engenharia da Computação da Unicamp. O material didático para as alunas do ensino médio inclui conhecimentos básicos de lógica e programação.
A plataforma para o desenvolvimento dos aplicativos é o Android, sistema operacional baseado no núcleo do Linux, que possui o código fonte livre para estudo, alteração e redistribuição. O desenvolvimento dos aplicativos fará uso da ferramenta “MIT App Inventor”, também de código-livre, destinada à criação de apps para usuários sem muita experiência em programação. A ferramenta foi concebida pelo MIT (Massachussets Institute of Technology) em parceria com a Google.
Além da atuação junto às alunas de ensino médio da Escola Estadual Professor Hilton Federici, o projeto prevê diversas ações de extensão, como um hackday, maratona de programação aberta gratuitamente para mulheres de toda a comunidade. A primeira edição do evento foi organizada pelo grupo no último dia 12 de abril. Juliana Borin, afirma, no entanto, que esse hackday foi o “primeiro de muitos que se seguirão.”
Conforme vocês podem perceber o projeto teve uma forte inspiração no Technovation Challenge, que é o proximo passo para as meninas.
Além da docente do IC, também colaboram com o projeto o professor Eduardo Valle e a pesquisadora Letícia Rittner, ambos da FEEC. O “Android Smart Girls”, que se estenderá pelo ano de 2014, conta ainda com a participação da bolsista Nicole Aguiar, aluna de Engenharia da Computação da Unicamp; das pesquisadoras Clarissa Loureiro, Raquel Schulze e Paula Paro Costa, respectivamente, presidente, vice-presidente e ex-presidente do WIE; e da ex-aluna e idealizadora do projeto, Vanessa Testoni, fundadora do grupo WIE na Unicamp, atualmente pesquisadora da Samsung Research Institute Brazil.
Enfim, foi lindo e todos os aplicativos são incríveis…para vocês não morrem de curiosidade os aplicativos apresentados foram:
-Querido Cabelo: facilita o processo de doação de cabelo para a confecção de perucas que são doadas para mulheres que passaram por quimioterapia.
– Bravo!: agenda cultural que empodera os artistas que podem promover ser espetáculos.
– Quero Abrigo: conecta quem quer adotar um cachorro com os filhotinhos.
Parabéns a todas as meninas que concluiram o curso e a todas as colaboradoras e idealizadoras! Foi demais!
Por quê meninas?
Olá pessoal,
li um texto no blog do Goldie Blox bastante direto e que retrata bem o que penso sobre programas voltados para meninas e mulheres na tecnologia, assim como esse blog que vocês leêm e o Technovation Challenge que eu tenho tanto orgulho!
Fiz uma tradução livre e rápida para todo mundo entender, se quiserem ler o original está aqui!
Sou Reshma Saujani, e há dois anos fundei a organização sem fins lucrativos Girls Who Code para ensinar programação para adolescentes para diminuir o hiato de gênero na tecnologia. Nós começamos como um único grupo – piloto na cidade de Nova York – num programa de verão de 8 semanas de ciência da computação, com orientação feminina e exposição da indústria da tecnologia.
Depois de ver a nossa primeira turma de 20 meninas se formar e a partir do programa obter estágios em grandes empresas, fazer exame para Ciência da Computação, fundar clubes de código em suas escolas de ensino médio, apresentar seus projetos na Feira de Ciências da Casa Branca…eu sabia que estávamos fazendo algo certo.
Este ano, 2014 o nosso Programa de Imersão de Verão está se preparando para chegar a 320 jovens de todo o país. Observando as coisas incríveis que meninas de 16 e 17 anos podem criar e construir, as amizades que se formam, e a paixão que eles têm pelo o que estão aprendendo, eu nunca tive/tenho que me perguntar: “por que meninas?” Os resultados de nossos programas falam por si só.
Mas mesmo dois anos após o lançamento, a questão ainda parece me seguir. Sempre que um artigo é escrito sobre o Girls Who Code, eu vou direto para a seção de comentários. Inevitavelmente, um dos primeiros lugares (geralmente o que significa que é o mais popular) é alguma variação do frustrante, “Ser só para meninas é sexista”, ou “Todo mundo sabe que as meninas simplesmente não gostam de ciência da computação.”
Para ser justa, uma perspectiva mais produtiva ocasionalmente usa a mistura a seu favor, afirmando que todas as crianças – meninos e meninas – devem ter acesso à educação de alta qualidade ciência da computação.
Isso é verdade. Mas como alguém que veio para ver esta questão de perto e pessoalmente, estou cada vez mais certa de que é preciso fazer mais para fortalecer nossas meninas em ciência da computação e engenharia.
Por quê?
Bem, não é porque elas precisam de ajuda extra, ou são inerentemente piores que os meninos. Na verdade, as meninas são muito boas nisso. No ano passado, um estudo constatou que as meninas de 15 anos de idade em todo o mundo superam os meninos em ciência, exceto os EUA, Grã-Bretanha e Canadá. Da mesma forma, as notas de matemática entre meninos e meninas não divergem até a adolescência.
E não é porque as meninas não estão interessados nela. A realidade é que as meninas estão começando a consumir tecnologiacada vez mais cedo.Elas são a maioria dos usuários em redes sociais como Twitter e Facebook.
Temos de nos concentrar nas meninas porque as meninas, ao contrário dos meninos, são ensinadas, desde cedo que os campos de computação e tecnologia não são para elas. Elas são inundados com retratos de mídia do menino gênia, do magnata da tecnologia, e do cientista louco. Ao crescer, as meninas ganham uma boneca da moda que diz: “Matemática é um saco!” e são vendidas camisetas que dizem “Alérgicas a Álgebra.”
Girls Who Código, GoldieBlox, e outras iniciativas estão trabalhando para mudar essas percepções, e nós precisamos ver cada vez mais esse tipo de coisa para garantir que essas jovens mulheres estão no caminho para preencher os mais de 1,4 milhões de empregos que deverão se abrir na tecnologia até 2020.
Mas o mais importante é que nós temos de nos concentrar em meninas, porque as meninas querem mudar o mundo. Temos todo o interesse de dar-lhes as ferramentas que elas precisam para fazê-lo.
Girls Who Code está liderando um movimento para chegar a 1 milhão de meninas com habilidades e inspiração para se tornar engenheiras e empresárias. E se trouxermos todos para a mesa – educadores, CEOs, políticos, pais, meninas e até mesmo celebridades – não tenho dúvidas de que teremos sucesso.
Todo amor do mundo para o Girls Who Code e a inspiradora Reshma Saujani! ❤
beijos!