O que você quer ser quando crescer? Programador!

 

Conversando no caminho de volta para casa com outras mulheres na computação, chegamos a uma conclusão…o estereótipo da área é muito errado. Tem uma charge que diz que esse tipo de profissional é mais ou menos isso aí da imagem abaixo:

anatomia_programador

Bom…acho que eu não preciso falar de novo que não é assim, né!? Saber programar pode ser algo interessante para qualquer tipo de profissional e estereótipo 🙂

A profissão de programador não é a mais tradicional do mundo porém, já não dá para prever um mundo sem programadores. Sites, aplicativos, infográficos, jogos, etc… Para fazer acontecer tanta coisa que compõe nossa rotina cheia de tecnologia, o trabalho com códigos e lógica é fundamental.

Recentemente foi criada a CodeOrg, uma organização sem fins lucrativos que conta com apoio de grandes empresas como Microsoft, Google, Facebook e de personalidades como Richard Branson (empresário da Virgin), Bill Clinton, Al Gore e até mesmo Ashton Kutcher.

A CodeOrg defende a ideia de que todos estudantes devem ter a oportunidade de aprender a programar. Para a entidade, o pensamento lógico que se pode adquirir com o trabalho de programação é importante para profissionais de quaisquer áreas.

Com esse pensamento foi feito um vídeo perguntando para jovens a clássica pergunta “o que você quer ser quando crescer?”. Veja aí as respostas que rolaram:

Como aprender a programar?

Muitas pessoas já me escreveram perguntando sobre quais seriam os primeiros passos para começar a programar, ou pelo menos descobrir se é bacana mesmo como eu vivo falando…enfim! Resolvi fazer em formato de vídeo : )

Espero que gostem e se vocês tiverem alguma sugestão deixem nos comentários!

beijos!

Por que não há mais mulheres programando? Por Mel Chua

Quando sentimos que somos bons em alguma coisa e quando realmente pensamos que podemos aprendê-la nos fazemos isso com unhas e dentes…e quem ama de verdade fazer isso se torna especialista. É assim que as coisas funcionam.

Este sentimento de confiança é um grande motivador. Esta crença de que podemos realizar o que queremos fazer é chamado de auto-eficácia. Existem quatro fontes de auto-eficácia para uma determinada tarefa (em ordem de força):

  • fazê-lo
  • ver as pessoas como você fazendo isso
  • persuasão sociais
  • seu corpo

Pensando por esse lado porque não temos mais mulheres programando? Porque muitas mulheres não sentem que podem fazê-lo. Portanto, elas não experimentam e não perseveram na área. Podemos explicar isso pelas fontes de auto-eficácia. Vamos fazer isso, ok!?

1. fazê-lo: Se você tentar algo e tiver sucesso, esta é a melhor fonte de auto-eficácia. Na minha geração, mais meninos do que meninas “tentou” programar em uma idade precoce. Os meninos começam bem mais cedo a relação com video-games e computadores, com o passar das gerações isso já está mudando e acredito que vai influenciar positivamente nesse aspecto.

2. ver as pessoas como você fazendo isso: Se a minha mãe pode fazer isso, eu também posso!
As pessoas escolhem carreiras, imaginando-se nesse trabalho, e a imagem é baseada em pessoas que conhecemos. Se não podemos imaginar-nos em uma carreira, não vamos considerá-la. Existe ainda a dicotomia de gênero que ainda é forte em nossa cultura, é uma grande parte do que consideramos “como eu.” Um menino pode imaginar-se como um programador, enquando uma garota olha em volta e não vê as pessoas como ela, assistindo a conferências, falando na mídia, escrevendo emblogs, contribuindo para o código aberto…enfim mesmo as mulheres que são desenvolvedores olham para cima na hierarquia e se vêem em gestão, análise, controle de qualidade, BI, talvez DBA, mas não na administração do sistema. Não na arquitetura. Não programando.
Bom, posso dizer isso por experiência própria, pois posso dizer sem medo de errar que eu só estou na programação porque meu pai é programador e em casa os computadores sempre estiveram bem acessíveis.

3. persuasão social: Meus amigos vão me aprovar? Aqui, nós não olhamos para a cultura de programação, mas a cultura das mulheres. Quando vou ao jardim de infância e alguém pergunta o que eu faço e eu respondo “programação de computadores” geralmente terminamos a conversa aí. Não precisa ser nem na reunião do jardim de infância. Em qualquer conversa rápida quando digo que sou programadora  a maioria das pessoas fica espantada, sim isso acontece em pleno século 21.

4. seu corpo: Você ter uma boa sensação em seu estômago enquanto faz algo? Sobre isso eu não sei. Mas aposto que não é diferente para homens e mulheres? As mulheres são tão capazes para a programação quanto os homens, mas (no geral), elas não se sentem tão capaz. Várias pesquisas já disseram que nåo existe qualquer diferença biológica entre homens e mulheres para as STEM. A questão de gênero é somente social e cultural. Se conseguirmos mudar isso, então podemos alterar essa relação.

Mas como podemos mudar??

1º mudança: é a rota mais direta, e muitos na comunidade estão trabalhando na introdução de programação para jovens, especialmente mulheres jovens. Yay para eles! Ebaaaa! Em breve conto pra vocês o que eu estou fazendo nessa área! Quem tiver curiosidade a iniciativa chama Technovation Challenge!

2º mudança: Aumentar a visibilidade das mulheres que já são desenvolvedoras, especialmente aquelas no mais alto nível. Quero olhar para cima, ver que quem está em cima do palco ou na estrutura de tomada de decisões são pessoas como eu!

3º mudança: é a mudança da cultura social, e não da cultura de programadores. Eu não posso ser uma mãe típica e uma desenvolvedora envolvida na comunidade. Isso não é algo que a comunidade de programação pode mudar. Pessoalmente, vejo esse como o obstáculo mais intratável para as mulheres.

Como uma comunidade,  os números 1 e 2 são os únicos que podemos fazer algo a respeito diretamente. E hey, eles estão no topo da lista! Se continuarmos a trabalhar nisso, vamos chegar na massa crítica. Uma vez que a programação atingir mais mulheres, em seguida, o número 3 vai fixar-se.

Sem intervenção, pressão social e modelos não conseguiremos atrair nem reter mais mulheres. Com o trabalho, podemos transformar isso em espiral ao redor.

Essa teoria não é minha, viu!? Ela foi apresentada na PyCon Canada, pela Mel Chua, que é um ótimo exemplo de Mulher na Computação.

A inspiração/tradução para o post está aqui: http://blog.jessitron.com/2013/08/why-arent-there-more-women-programmers.html