she++ : Documentário, entrevista, inspiração, missão

Em 1 de Abril foi lançado um documentário do she++ uma iniciativa para levar mais americanas para as STEM ( ciência, tecnologia, engenharia e matemática), vi um trailer ( que está no fim do post ) e vim aqui contar um pouquinho pra vocês. E fazer uma perguntinha no final…

No mesmo site, que chama MULHERES DEVEM SABER, tinha uma reportagem sobre as duas diretoras e uma entrevista. Resolvi traduzir pra vocês conhecerem a história delas:

Conheça as estudantes de Stanford Ayna Agarwal e Ellora Israni. Elas se auto-proclamaram “good girls gone geek” por trás do she++, um movimento destinado a inspirar as mulheres e meninas a explorar e buscar a ciência da computação como uma carreira. Lançado em janeiro de 2012 como uma conferência para mulheres na tecnologia, Ayna e Ellora expandiram rapidamente suas idéias em uma comunidade com o compromisso de mudar a forma como a tecnologia é vista pelas mulheres e como a tecnologia vê as mulheres. ( Aaaaaa que lindo! Chorei)

Nem Ayna, nem Ellora aspiravam ser “geeks”. Ellora entrou em Stanford para se tornar uma psicologa inportante, e Ayna entrou pra cursar medicina veterinária.

“Nós duas estávamos sendo encorajadas a participar de aulas introdutória a ciência da computação por amigos e lendo histórias sobre pessoas criativas canalizando suas paixões para a tecnologia”, disse Ayna WYSK. Depois de apenas uma aula, elas foram convencidas. Elas amavam o pensamento metodológico e a capacidade de construir programas a partir do zero.

Estando no coração do Vale do Silício, elas tinham uma vantagem geográfica na busca de modelos femininos que foram pioneiros na estrada da tecnologia. Mas não foi fácil encontrar as mentoras, eles tiveram de cavar fundo.

Em abril de 2012, ocorreu a primeira conferência de Stanford sobre as mulheres na tecnologia com uma trilha destinada só para mulheres inspiradoras de empresas como Google, Facebook, Dropbox, e Pinterest, entre outros, atraindo mais de 250 participantes.

Depois de feedback positivo dos participantes, mentoras, e da imprensa, Ayna e Ellora expandiram o she++ e hoje, através de uma série de iniciativas, criarou-se uma comunidade grande para as tecnólogas do sexo feminino.

“Muito da publicidade em torno da tecnologia é, compreensivelmente, técnica, mas as histórias de mulheres na tecnologia são tão inspiradora como suas realizações.” E nós pensamos que o que Ayna e Ellora estão fazendo para incentivar as mulheres é uma dessas histórias, e que como mulher ,você deve saber.

Aí vai a entrevista: 10 perguntas com Ayna e Ellora

O que fez vocês decidirem começar ?
AA: O que começou como uma conversa sobre o número de mulheres em nossas aulas de informática, floresceu o desejo de fazer algo sobre isso na Universidade de Stanford. Em abril de 2012, nós lançamos nossa primeira conferência com líderes do Google, VMWare, Eventbrite, Facebook, e muitas outras empresas. Após a recepção crítica as meninas responderam com entusiasmo para fazer aulas de Ciência da Computação, decidimos lançar a she++ como uma campanha forte.

Qual foi o primeiro passo?
AA: Nós sabíamos que havia a necessidade de um espaço de diálogo aberto … uma conversa que investigasse profundamente as barreiras à entrada, e como vencê-los. Nós mesmos queríamos saber isso e queríamos identificar os pioneiros no Vale que poderiam contribuir com as suas experiências e aprendizados. Então decidimos criar um fórum naquele dia que iria abordar estas questões e nos ajudar, e também ajudar a comunidade para superá-los.

Por que você acha que é importante ter mais mulheres na ciência da computação?
AA: Nós estamos lidando com uma questão econômica, uma questão de criatividade, e uma questão de inovação. Claro, deve haver igualdade no acesso de mulheres e homens em qualquer profissão. Mas, se olharmos para os números, em 2020, 1,4 milhões de empregos serão criados para os cientistas da computação. Se não aproveitarmos as mulheres não seremos capazes de saciar essa necessidade, e a economia do nosso país depende do futuro das inovações tecnológicas.
EI: De um ponto de vista puramente numérico, ciência da computação é um campo precisando desesperadamente de mais talentos. Apenas cerca de um terço dos postos de trabalho de computação pode ser preenchido por nossas taxas de graduação atuais, e estaremos dando um tiro no pé se não mudarmos isso. Mulheres e minorias raciais são a maior bancada inexplorado – isto é, há um grande número de minorias e mulheres lá fora que poderiam querem ser cientistas da computação, mas não têm conhecimento da opção.

As mulheres trazem habilidades únicas para o campo?

AA: As mulheres trazem seus estilos de lideranças únicos, atitude para resolução de problemas, equilíbrio entre trabalho-vida, e sua percepção dos maiores problemas do mundo para resolver com tecnologia. Acima de tudo, as mulheres trazem uma comunidade que define os valores nos produtos que nós construímos para pessoas de todo o mundo.

EI: Cada indivíduo traz habilidades únicas para o campo. As habilidades únicas que um indivíduo traz são, provavelmente, mais em função da personalidade do indivíduo do que o seu sexo ou qualquer outra característica demográfica. Mas as mulheres são a maior bancada inexplorado de talento e personalidade lá fora.

O que você espera alcançar com o programa?

AA: Nós esperamos que o she++ traga mais meninas boas para o mundo geek, queremos mais meninas sem medo de dar uma olhada, e continuar se elas gostarem!

EI: Nós esperamos mostrar uma imagem clara do que é ser um cientista da computação. Há uma série de dúvidas comuns sobre o que os cientistas fazem – nós gastamos muito mais tempo interagindo com os nossos colegas e muito menos tempo só com uma tela, e as pessoas tendem a pensar o contrário – e quem somos. Não são todos anti-sociais ou impessoais, e como qualquer outro grupo de indivíduos, temos uma diversidade de interesses e realizações. Esperamos expor esta diversidade de caráter no campo para dar as meninas uma chance justa, porque nós não queremos que elas se sintam como eles, achar que não podem fazer ciência da computação, porque elas não se encaixam em algum estereótipo. Isso é completamente falso.

Como she++ vai inspirar e capacitar as mulheres e meninas?
AA: Nós incentivamos as meninas a quebrar o estereótipo e ser geek. Ao apresentá-las exemplos de pessoas que têm enfrentado lutas e decisões em suas escolhas de carreira, queremos meninas reconhecendo os seus papeis no campo da tecnologia. Criamos o conteúdo e facilitamos a construção de uma comunidade com mais meninas, mesmo diante de ameaça do estereótipo, elas sentem que podem estrapolar limites e encontrar apoio.

Conte-nos sobre as iniciativas da organização.
AA: Acabamos de lançar nosso documentário com 12 minutos com meninas do ensino médio, meninas da faculdade e profissionais do setor para ser exibido em todo o país. Nós também estamos facilitando um programa de orientação para permitir que as meninas do ensino médio possam conversar com as meninas da faculdade e fazer perguntas sobre como é um grande de ciência da computação por exemplo. E, finalmente, estamos organizando nossa conferência anual em 20 de abril de 2013.

O que mais te surpreendeu sobre o início she++?
AA: Esta é uma conversa bem discutida no Vale, no entanto, a nível nacional, as taxas. Com o nosso documentário, queremos trazer essa conversa para organizações, escolas e empresas em todo o país. Esta é uma questão nacional.

Onde você quer ver o she++ em 5 anos?
AA: Nós vemos o she++ como uma comunidade vibrante de meninas do ensino médio e da faculdade se tornando as principais cientistas da computação, se apoiando e aprendendo umas com as outras.

Quem é a mulher na ciência da computação que devemos conhecer?
AA: Dê uma olhada no elenco do filme! Você vai ver inspirações de fundadores, estudantes universitárias e alunas do ensino médio – todas mulheres incríveis da computação que você deve conhecer!

Depois de ver esse trailer, ler a história delas, quem ficou com vontade de ver o documentário e discutir a temática? Quem de vocês iria até a Cidade Universitária para vê-lo? Se várias pessoas demonstrarem interesse vou organizar isso hein!? Por isso seja honestas(os)!hahahah

beijos!

Uma vida com mais aprendizado – Linda Rising

O título original do palestra foi: A learningful life: Staying relevant and agile in high tech, resumindo…como se manter relevante e ágil no mundo da tecnologia.

E essa foi a palestra mais marcante de toda a conferência na minha opinião.
Foi mais do que uma palestra de métodos ágeis, foi uma lição de vida.
A palestrante era ninguém mais,ninguém menos que Linda Rising.

Foto estilo paparazzi

Pra vocês terem uma idéia de que eu estou falando aí vai um pouquinho da vida dela…

Ela é norte america, graduada em Química pela Universidade do Kansas. Mestre em matemática pela Universidade Estadual do Sudoeste Missouri e mestre em Ciências da Computação na Southern Illinois University.
É também doutora em ciências da computação pela Universidade do Arizona.

Começou sua vida profissional dando aula de matemática e ciências da computação em várias universidade.
Na indústria trabalhou nas áreas de telecomunicação, aviação e sistemas táticos de arma.

Com vasta e diversa experiência em uso de padrões e desenvolvimento ágil,tornou-se palestrante e disceminadora da cultura ágil,mundialmente conhecida.
Escreveu diversos livros e viaja o mundo falando o que sabe.

Seu trabalho tem inspirado muitos na comunidade ágil.

Hoje tem 70 anos com espírito de 20. Vive estudando os mais diversos temas, desde neurociência até música.

Essa é uma mulher daquela de se ter orgulho!

Bom, chega de enrolação, vamos ao conteúdo da palestra…

A palestra dela fazia parte de um novo esquema de apresentações lançados na AGILE desse ano. Chamava-se No Bull Know How, o palestrante fazia uma introdução e depois os participante iam lá na frente, sentavam no divã e tinham direito a ficar 10 minutos conversando com o palestrante.

Esquema da palestra

A introdução da linda já foi super emocionante. Ela começou dizendo que sempre achou que ficaria velha e se sentiria triste por saber que estava acabando o seu tempo, porém ela nunca tinha se sentido tão animada pra fazer as coisas, pois a proximidade do fim fez com que ela passasse a se dedicar mais aos seus próprios dias, as suas escolhas pois elas podiam ser as últimas.
Falou também sobre uma pesquisa feita com corujas da Universidade de Stanford que foi mais ou menos assim:

Você não precisa levantar os olhos para saber de onde vem a voz que chama pelo seu nome. Mas se necessário, seus olhos encontram automaticamente o dono da voz, sem precisar procurar ao redor. Da mesma forma, a coruja-de-igreja ( Tyto alba ), excelente caçadora noturna, é capaz de se guiar somente pelos sons da sua presa da vez.

Corujas fazem isso graças a uma estrutura cerebral chamada teto óptico, que possui mapas detalhados do mundo,tanto em coordenadas visuais, vindas diretamente da retina, como em coordenadas auditivas, baseadas na diferença de milésimos de segundo entre o tempo que um som, dependendo da posição da sua fonte, leva para chegar a cada uma das orelhas. Como a origem de um som costuma casar com a posição da sua imagem sobre a retina, a experiência do mundo ao longo da infância da coruja faz com que esses mapas visual e auditivo sejam perfeitamente alinhados. Assim, os sons de um camundongo a quatro metros de distância, 20 graus à esquerda farão com que a coruja dirija seu olhar automática e precisamente para o ponto situado quatro metros de distância, 20 graus à esquerda.

o neurocientista americano Eric Knudsen, da Universidade Stanford (EUA), que há anos estuda o processo de alinhamento dos mapas visual e auditivo no teto óptico de corujas-de-igreja.

Um dos instrumentos preferidos de Knudsen são prismas ajustados à cabeça das corujas, como se fossem óculos que fazem com que o mundo pareça estar até mais de 20 graus à direita ou esquerda de onde realmente está. O resultado é uma coruja que morreria de fome fora do laboratório: com prismas que desviam a imagem alguns graus para a direita, por exemplo, a coruja ataca sistematicamente à direita de onde sua presa de fato está o suficiente para um camundongo, mesmo apavorado por ter acabado de tomar o maior susto da sua vida, dar o fora ileso.

Para a sorte das corujas, o cérebro logo aprende a lidar com a nova situação. Se os prismas são colocados em animais jovens, em dois meses a coruja ’de óculos’ volta a acertar seu alvo. O ajuste, essencial para a sobrevivência, ocorre no teto óptico, onde o mapa das coordenadas auditivas ’desliza’ para a esquerda ou para a direita exatamente o necessário para se realinhar com o novo significado do mapa visual o qual, apesar dos prismas, mantém-se no lugar. Esse ajuste depende da insistência da ave, pois requer tentativa-e-erro; coruja alguma conseguirá reaprender a caçar se usar os prismas apenas para olhar ao redor.

Corujas mais velhas, no entanto, mal conseguem se adaptar à mudança, e mesmo ao final de vários meses o reajuste mínimo realizado no mapa auditivo fica muito longe de permitir ao animal se virar sozinho.

A idéia é que o cérebro jovem ainda possui uma riqueza em conexões entre neurônios as sinapses , que servem como matéria-prima abundante para eventuais modificações. Como sinapses em excesso são eliminadas com o tempo, o cérebro adulto, com matéria-prima mais escassa, teria mais dificuldade para aprender e se ajustar a novas situações. (Não, não queira simplesmente dar um jeito de manter a abundância juvenil de sinapses pelo resto da vida: quando isso acontece em experimentos da natureza, o resultado é o retardo mental).

Mas nem tudo está perdido. Eric Knudsen e Brie Linkenhoker acabam de mostrar, em trabalho publicado em 19 de setembro na revista Nature , que corujas velhas ainda são, sim, capazes de se ajustar ao desvio prismático. É só uma questão de mudar aos poucos . Dê prismas de 23 graus a uma coruja adulta e ela de fato não conseguirá se ajustar à nova realidade visual; mas comece com um desvio modesto, de 6 graus, e avance aos poucos para 11, depois 17, depois 23 graus e sua coruja velha conseguirá aprender como você achava que ela nunca mais poderia.

Claro que a descoberta é importante por deixar claro, caso alguém ainda duvidasse, que também o cérebro do animal adulto é capaz de aprender com a experiência, por maiores que sejam as limitações. Mas boa mesmo é a dica de que uma simples mudança de estratégia pode resolver aquele problema que parecia incontornável. No caso, a estratégia adequada para promover grandes mudanças em cérebros já rodados é ir aos pouquinhos.

Ela disse isso pra passar mensagem e se colocar como exemplo vivo de que nunca é tarde para aprender, melhorar e produzir coisas novas.

Uma linda, né!?

Enfim, várias pessoas foram conversar com ela,e ela falou um pouquinho de cada coisa que ela já tinha feito, mas a mensagem que ficou mesmo foi que para encorajar um time ou uma pessoa temos que fugir dos rótulos do tipo, você é inteligente, esperto, porque isso não tem significado prático para a pessoa ou pro time, você deve trazer uma lembrança à tona que a faça reconhecer essas virtudes nela e assim o resultado será positivo.
Quando simplesmente rotulamos as pessoas, elas podem crer que realmente fazem parte daquele grupo e nada de diferente pode ser feito. Ela segue as regras do rótulo. Um exemplo que a própria linda Rising deu foi que se uma mulher vai fazer um teste de matemática e pouco antes do teste lhe é mostrado que as piores notas são femininas, esse mulher se enxerga naquele grupo, ou seja, se rotúla e acaba por fracassar no teste.

Como fechamento da palestra Linda fez um discurso que levou a platéia as lágrimas, dizendo que agora com 70 anos ela já não achava que a missão dela era simplesmente difunfir a cultura ágil, mas mostrar para o mundo que todos são capazes de fazer o que querem independente de sexo ou idade. Todos são capazes, sem exceção, o que muda é a maneira que cada um encontra para fazer isso!

É isso e a fã aqui não se aguentou e foi tirar uma foto com ela…

 

AAAAAA tão fofa!

beijos!