O título original do palestra foi: A learningful life: Staying relevant and agile in high tech, resumindo…como se manter relevante e ágil no mundo da tecnologia.
E essa foi a palestra mais marcante de toda a conferência na minha opinião.
Foi mais do que uma palestra de métodos ágeis, foi uma lição de vida.
A palestrante era ninguém mais,ninguém menos que Linda Rising.

Foto estilo paparazzi
Pra vocês terem uma idéia de que eu estou falando aí vai um pouquinho da vida dela…
Ela é norte america, graduada em Química pela Universidade do Kansas. Mestre em matemática pela Universidade Estadual do Sudoeste Missouri e mestre em Ciências da Computação na Southern Illinois University.
É também doutora em ciências da computação pela Universidade do Arizona.
Começou sua vida profissional dando aula de matemática e ciências da computação em várias universidade.
Na indústria trabalhou nas áreas de telecomunicação, aviação e sistemas táticos de arma.
Com vasta e diversa experiência em uso de padrões e desenvolvimento ágil,tornou-se palestrante e disceminadora da cultura ágil,mundialmente conhecida.
Escreveu diversos livros e viaja o mundo falando o que sabe.
Seu trabalho tem inspirado muitos na comunidade ágil.
Hoje tem 70 anos com espírito de 20. Vive estudando os mais diversos temas, desde neurociência até música.
Essa é uma mulher daquela de se ter orgulho!
Bom, chega de enrolação, vamos ao conteúdo da palestra…
A palestra dela fazia parte de um novo esquema de apresentações lançados na AGILE desse ano. Chamava-se No Bull Know How, o palestrante fazia uma introdução e depois os participante iam lá na frente, sentavam no divã e tinham direito a ficar 10 minutos conversando com o palestrante.

Esquema da palestra
A introdução da linda já foi super emocionante. Ela começou dizendo que sempre achou que ficaria velha e se sentiria triste por saber que estava acabando o seu tempo, porém ela nunca tinha se sentido tão animada pra fazer as coisas, pois a proximidade do fim fez com que ela passasse a se dedicar mais aos seus próprios dias, as suas escolhas pois elas podiam ser as últimas.
Falou também sobre uma pesquisa feita com corujas da Universidade de Stanford que foi mais ou menos assim:
Você não precisa levantar os olhos para saber de onde vem a voz que chama pelo seu nome. Mas se necessário, seus olhos encontram automaticamente o dono da voz, sem precisar procurar ao redor. Da mesma forma, a coruja-de-igreja ( Tyto alba ), excelente caçadora noturna, é capaz de se guiar somente pelos sons da sua presa da vez.
Corujas fazem isso graças a uma estrutura cerebral chamada teto óptico, que possui mapas detalhados do mundo,tanto em coordenadas visuais, vindas diretamente da retina, como em coordenadas auditivas, baseadas na diferença de milésimos de segundo entre o tempo que um som, dependendo da posição da sua fonte, leva para chegar a cada uma das orelhas. Como a origem de um som costuma casar com a posição da sua imagem sobre a retina, a experiência do mundo ao longo da infância da coruja faz com que esses mapas visual e auditivo sejam perfeitamente alinhados. Assim, os sons de um camundongo a quatro metros de distância, 20 graus à esquerda farão com que a coruja dirija seu olhar automática e precisamente para o ponto situado quatro metros de distância, 20 graus à esquerda.
o neurocientista americano Eric Knudsen, da Universidade Stanford (EUA), que há anos estuda o processo de alinhamento dos mapas visual e auditivo no teto óptico de corujas-de-igreja.
Um dos instrumentos preferidos de Knudsen são prismas ajustados à cabeça das corujas, como se fossem óculos que fazem com que o mundo pareça estar até mais de 20 graus à direita ou esquerda de onde realmente está. O resultado é uma coruja que morreria de fome fora do laboratório: com prismas que desviam a imagem alguns graus para a direita, por exemplo, a coruja ataca sistematicamente à direita de onde sua presa de fato está o suficiente para um camundongo, mesmo apavorado por ter acabado de tomar o maior susto da sua vida, dar o fora ileso.
Para a sorte das corujas, o cérebro logo aprende a lidar com a nova situação. Se os prismas são colocados em animais jovens, em dois meses a coruja de óculos volta a acertar seu alvo. O ajuste, essencial para a sobrevivência, ocorre no teto óptico, onde o mapa das coordenadas auditivas desliza para a esquerda ou para a direita exatamente o necessário para se realinhar com o novo significado do mapa visual o qual, apesar dos prismas, mantém-se no lugar. Esse ajuste depende da insistência da ave, pois requer tentativa-e-erro; coruja alguma conseguirá reaprender a caçar se usar os prismas apenas para olhar ao redor.
Corujas mais velhas, no entanto, mal conseguem se adaptar à mudança, e mesmo ao final de vários meses o reajuste mínimo realizado no mapa auditivo fica muito longe de permitir ao animal se virar sozinho.
A idéia é que o cérebro jovem ainda possui uma riqueza em conexões entre neurônios as sinapses , que servem como matéria-prima abundante para eventuais modificações. Como sinapses em excesso são eliminadas com o tempo, o cérebro adulto, com matéria-prima mais escassa, teria mais dificuldade para aprender e se ajustar a novas situações. (Não, não queira simplesmente dar um jeito de manter a abundância juvenil de sinapses pelo resto da vida: quando isso acontece em experimentos da natureza, o resultado é o retardo mental).
Mas nem tudo está perdido. Eric Knudsen e Brie Linkenhoker acabam de mostrar, em trabalho publicado em 19 de setembro na revista Nature , que corujas velhas ainda são, sim, capazes de se ajustar ao desvio prismático. É só uma questão de mudar aos poucos . Dê prismas de 23 graus a uma coruja adulta e ela de fato não conseguirá se ajustar à nova realidade visual; mas comece com um desvio modesto, de 6 graus, e avance aos poucos para 11, depois 17, depois 23 graus e sua coruja velha conseguirá aprender como você achava que ela nunca mais poderia.
Claro que a descoberta é importante por deixar claro, caso alguém ainda duvidasse, que também o cérebro do animal adulto é capaz de aprender com a experiência, por maiores que sejam as limitações. Mas boa mesmo é a dica de que uma simples mudança de estratégia pode resolver aquele problema que parecia incontornável. No caso, a estratégia adequada para promover grandes mudanças em cérebros já rodados é ir aos pouquinhos.
Ela disse isso pra passar mensagem e se colocar como exemplo vivo de que nunca é tarde para aprender, melhorar e produzir coisas novas.
Uma linda, né!?
Enfim, várias pessoas foram conversar com ela,e ela falou um pouquinho de cada coisa que ela já tinha feito, mas a mensagem que ficou mesmo foi que para encorajar um time ou uma pessoa temos que fugir dos rótulos do tipo, você é inteligente, esperto, porque isso não tem significado prático para a pessoa ou pro time, você deve trazer uma lembrança à tona que a faça reconhecer essas virtudes nela e assim o resultado será positivo.
Quando simplesmente rotulamos as pessoas, elas podem crer que realmente fazem parte daquele grupo e nada de diferente pode ser feito. Ela segue as regras do rótulo. Um exemplo que a própria linda Rising deu foi que se uma mulher vai fazer um teste de matemática e pouco antes do teste lhe é mostrado que as piores notas são femininas, esse mulher se enxerga naquele grupo, ou seja, se rotúla e acaba por fracassar no teste.
Como fechamento da palestra Linda fez um discurso que levou a platéia as lágrimas, dizendo que agora com 70 anos ela já não achava que a missão dela era simplesmente difunfir a cultura ágil, mas mostrar para o mundo que todos são capazes de fazer o que querem independente de sexo ou idade. Todos são capazes, sem exceção, o que muda é a maneira que cada um encontra para fazer isso!
É isso e a fã aqui não se aguentou e foi tirar uma foto com ela…

AAAAAA tão fofa!
beijos!